«Quero que os privados fiquem confortáveis com a nova tabela da ADSE»
Reiterando o espírito da mensagem que já havia transmitido na entrevista que concedeu, há algumas semanas, à FEEDBACK, a presidente da ADSE, Maria Manuela Faria afirmou, a 25 de outubro, na Conversa Capital, do Negócios e Antena 1, que o objetivo da revisão da nova tabela de preços é encontrar uma solução “confortável” para ambas as partes: aumentar preços que não são atualizados “há vinte anos” e criar regras mais previsíveis para o custo dos medicamentos, das próteses e das cirurgias. A nova presidente da ADSE afirmou que não vai andar a contar “mais milhão, menos milhão” na construção das novas tabelas da ADSE, que ainda estão a ser negociadas.
«Toda a gente sabe que os preços na ADSE não eram revistos há mais de vinte anos. No caso por exemplo das consultas isso trouxe repercussões muito negativas: muitos médicos deixaram de querer trabalhar para a ADSE. Um preço que não se altera em vinte anos é de facto incomportável. Ainda por cima sabendo nós que a saúde tem aumentos exponenciais relativamente aos seus próprios custos. Portanto aumentámos [o preço] das consultas sim, é verdade. A medicina dentária está a ter uma revisão em alta pelo mesmo motivo, não era revista há muito tempo», explicou Maria Manuela Faria, para justificar os aumentos de preços de alguns atos médicos da nova tabela de regras e preços, para a qual a ADSE ainda está a receber «inúmeros contributos» e que ainda se encontra «em plena conversação com os nossos parceiros».
A presidente da ADSE esclarece que, na nova tabela, poderão existir tanto aumentos como reduções de preços, de modo a evitar uma escalada dos pagamentos aos prestadores: «Estamos a trabalhar no sentido de não haver esse aumento [transferências para os privados], pelo menos que seja exponencial, como é lógico, mas que também não haja perda. Estamos a trabalhar numa tabela que seja próxima do neutro».
Ainda a propósito do aumento dos preços das tabelas, a presidente da ADSE é clara quanto ao espírito que norteia a sua atuação: «Nestas coisas é preciso muito bom senso, é preciso cautela, é preciso termos os prestadores também do nosso lado e nós do lado deles, através do diálogo as coisas vão-se conseguir».
Maria Manuela Faria «gostaria muito que as tabelas estivessem em vigor em janeiro de 2021», mas admite que seja um objetivo já um pouco difícil de alcançar: «Prefiro que demore mais um pouco, mas que tudo chegue a bom porto».
Reafirmando que a ADSE é sustentável e que os custos da ADSE, nesta fase de pandemia, caíram 35% “pelos piores motivos”, a presidente da ADSE diz-se também preocupada com o consumo dos beneficiários e que há trabalho a fazer no domínio da literacia para a saúde.
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.