60 anos da ADSE: lucro e redução de coberturas dos Beneficiários
A 27 de abril, dia em que a ADSE comemorava 60 anos, o presidente da APHP, Oscar Gaspar, foi o convidado da TVI para comentar a evolução deste subsistema de saúde para os funcionários públicos.
Questionado sobre a sua relevância atual, Oscar Gaspar enalteceu uma história de sucesso, responsável por proteger mais de um milhão e trezentos mil portugueses, que se materializa numa ampla cobertura e «que permite aos seus Beneficiários aceder a muitos prestadores, com carácter vitalício e extensível aos filhos».
Sobre a expressão da ADSE na atividade dos hospitais privados, Oscar Gaspar afirmou que «a ADSE já representou cerca de 30% da atividade dos hospitais privados, hoje representa 15%». O presidente da APHP confirmou ainda que «os Beneficiários têm sentido uma redução das coberturas e da oferta. E o que nós temos sentido é que, a par e passo, a ADSE pensa que, como todos os Beneficiários da ADSE são cidadãos portugueses e, portanto, têm a cobertura do SNS, então podem ter essa cobertura via SNS e não via ADSE».
Nesta intervenção televisiva, Oscar Gaspar assegurou ainda que «a ADSE representava mais de 4% da despesa de saúde em Portugal, há uns anos, e hoje representa 2,8%», e esta redução estará na base da constatação de «que a ADSE tem gerado lucros de 100 a 200 milhões de euros nos últimos anos».
O presidente da APHP não critica a obtenção de lucro, mas admite que focar a atividade exclusivamente neste componente da atividade «deixa de ser bom a partir do momento em que se põe em causa a saúde dos seus Beneficiários. Quando a ADSE tem hoje mais de 1.000 milhões de euros depositados no Tesouro, mas acaba por reduzir as ofertas, devia fazer repensar quem gere o sistema».
O risco, admite Oscar Gaspar, é o regime convencionado «deixar de ser adequado para os Beneficiários e tornar-se pouco atrativo para que os prestadores também tenham condições de lhes prestar cuidados nesse âmbito».
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