Atividade dos hospitais privados atingiu recordes em 2024
O inquérito anual à atividade dos membros da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) regista um crescimento significativo da capacidade e ação deste setor, que, em 2024, reforçou o seu papel na prestação de cuidados de saúde a todos os cidadãos. Na verdade, nunca os hospitais privados tiveram tanta atividade e serviram tantos portugueses como no ano passado.
O crescimento da atividade dos hospitais privados portugueses, que a APHP apresentou em conferência de imprensa no dia 20 de março, verificou-se em praticamente todas as áreas de intervenção, graças, em grande parte, ao esforço de investimento em novos equipamentos e no reforço da capacidade instalada do setor. No total, foram investidos mais de 200 milhões de euros, num só ano – um acréscimo de 18% face a 2023.
O número de hospitais privados atingiu, em 2024, também um recorde de 131 unidades, responsáveis nesse mesmo ano pela realização de 10,7 milhões de consultas (um crescimento de 10% face ao ano anterior) e um valor muito próximo do total da população portuguesa. Regista-se também um número total de episódios de urgência de 1,5 milhões (mais 3% que em 2023). Em termos diários, estes dados refletem um setor em intensa atividade, com mais de 29 mil consultas e mais de 4 mil urgências realizadas, diariamente, em unidades privadas de saúde.
Também o número de cirurgias realizadas registou um aumento de 6%, totalizando 286 941 intervenções, no final de 2024, o que representa o maior registo de sempre da hospitalização privada nacional. De sublinhar que, do total de cirurgias efetuadas, apenas 5,5% foram abrangidas pelo programa de combate às listas de espera cirúrgicas do Serviço Nacional de Saúde (SIGIC). Assim, a contratualização pelo Estado de cirurgias ao setor privado atingiu, em 2024, o seu ponto mais baixo de sempre.
Apesar da tendência de queda da natalidade portuguesa, o número de partos realizados no privado aumentou perto de 5% face ao ano anterior, com um total de 15 092 nascimentos. Mas a área que maior crescimento registou nos indicadores de atividade dos hospitais privados portugueses foi a dos exames complementares de diagnóstico, com especial destaque para a RMN com mais de meio milhão de exames efetuados, o que corresponde a um aumento de 15% face a 2023. Os RX cresceram também 12% face ao ano anterior, com um total de 1,9 milhões de registos.
Conferência de imprensa
Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados anuais da atividade dos hospitais privados em 2024, o presidente da APHP sublinhou a importância das parcerias público-privadas na Saúde, admitindo que é preciso «tirar ilações» das situações que «não correram bem no passado», mas que «seria um enorme erro para ambas as partes» se esta colaboração não se prolongar no futuro.
Em resposta aos jornalistas, Oscar Gaspar referiu-se às perspetivas avançadas pelo Governo de renovação das PPP: «Abre-se uma nova janela de parceria, que pode ser um contributo para a melhoria da Saúde em Portugal».
Na conferência de imprensa, esteve também presente o Conselho Clínico da APHP, representado pelo presidente, Prof. José Roquette, e vice-presidente, Dr. Leopoldo Matos. Este é um órgão colegial composto por reputados médicos de hospitais privados e com experiência e responsabilidade de direção clínica. Tem por objetivo o aconselhamento da direção da APHP em matérias do foro clínico e em temas que impactem no seu conjunto os médicos dos hospitais privados.
ESG
Outro dos aspetos a destacar, ainda, na atividade dos hospitais privados nacionais diz respeito à chamada estratégia ESG (Environmental, Social and Governance), ou seja, a gestão para o desenvolvimento sustentável. Entre as ações desenvolvidas neste âmbito pelos associados da APHP, está a criação de um parque solar fotovoltaico para obter energia 100% verde e a redução das emissões de CO2, a descarbonização nos blocos operatórios assente nos gases anestésicos ou o desenvolvimento de estratégias de redução dos consumos de água, luz, gás e comunicações face a 2023, que se saldou em poupanças de mais de 17%.
Na linha de apoio social, destaque ainda para o fornecimento diário de mais de 400 sopas e outros alimentos a população em situação de vulnerabilidade socioeconómica e à promoção de rastreios oncológicos, cognitivos e nutricionais gratuitos.
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