Com a garantia do Estado, o paciente inglês já tem acesso aos hospitais privados britânicos

Com a garantia do Estado, o paciente inglês já tem acesso aos hospitais privados britânicos

O sistema que inspirou o SNS, o britânico NHS, vive dias difíceis, que o Governo inglês já reconheceu causar inúmeros constrangimentos aos seus doentes e necessitar de uma reforma urgente e inadiável, que deve dar prioridade aos interesses dos pacientes em detrimento da ideologia. O contexto levou a uma parceria plena com os hospitais privados.

Entre as reformas anunciadas, consta a que o Governo britânico apelidou de “parceria de interesse nacional”: um acordo com o setor privado da saúde, para que mais meios e a capacidade dos hospitais privados (em termos de camas, cirurgias, consultas e acompanhamento dos doentes) possam estar disponíveis para quem deles precisa, quando os meios não estão disponíveis na rede pública. Esta “Concordata” com os hospitais privados pode ser consultada aqui.

Em Portugal, ainda que motivada por uma catástrofe que ninguém deseja, está em curso uma experiência de convivência e partilha únicas entre serviços públicos e privados de saúde.  Na ilha de São Miguel, o Hospital CUF Açores protagoniza uma dinâmica de apoio estreito e intenso ao Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), que sofreu um incêndio, em maio do ano passado. Assim, paredes meias e com recursos partilhados e/ou articulados funcionam, quer a CUF Açores, quer os serviços do HDES, com a CUF a acolher, desde logo, as urgências e a maternidade da ilha (onde já chegaram a nascer 10 bebés num dia).

Se a convivência, entre público e privado, até é viável debaixo do mesmo teto e favorece a saúde dos cidadãos, a articulação, à escala nacional, entre os dois setores, no quadro do Sistema Português de Saúde, configuraria a concretização de um velho chavão, o do cidadão no centro do sistema, que teima em sair do plano discursivo.

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