CNS quer um ecossistema de saúde de valor reforçado, que inclua o setor privado e social

CNS quer um ecossistema de saúde de valor reforçado, que inclua o setor privado e social

No dia 26 de outubro, a Convenção Nacional de Saúde (CNS) promoveu uma conferência centrada no pós-pandemia. Com o Alto Patrocínio do Presidente da República, a CNS reivindicou medidas para se «Recuperar a Saúde, Já» e evidenciou a disponibilidade dos vários parceiros que a constituem para participar nesse «esforço coletivo».

O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales, abriu a edição de 2021 da CNS e realçou que o SNS, assim como o sistema de saúde, responderam à pandemia, tendo sido importante a colaboração e a união de esforços.

No painel sobre “Financiamento, inovação e acesso”, Oscar Gaspar, presidente da APHP, reiterou a necessidade de uma orçamentação correta e clara do SNS e salientou o contributo dos privados para o aumento de acesso dos portugueses aos cuidados de saúde. Foi defendido que a União Europeia tem agora um novo papel: garantir que os cidadãos europeus têm acesso a consultas a tempo e horas, às cirurgias necessárias e aos adequados medicamentos inovadores.

Na véspera da conferência da CNS, seis bastonários do setor da saúde assinaram um artigo de opinião em que interpelavam o Governo sobre a exaustão dos profissionais e apelavam à «reestruturação e robustecimento do sistema de Saúde».

Citando números relativos aos centros e saúde e aos hospitais, que classificam como «não estando sequer a níveis pré-pandemia», os bastonários escrevem que «necessidades e contingências do combate à pandemia produziram efeitos que não podem ser ignorados. Milhões de consultas, exames e tratamentos ficaram por fazer, agravando de forma substancial a saúde dos portugueses e o bem-estar da população. Se o país não estava bem antes da pandemia, agora está pior».

Ao reconhecimento dos seis bastonários de que também «os profissionais de saúde a quem cabe dar resposta a estes atrasos estão exaustos», o Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, na sua intervenção na CNS, acrescentou a revelação de que metade dos médicos portugueses não trabalham no sistema público.

Neste contexto, diversos oradores do CNS procuraram alertar para a necessidade de reestruturação e robustecimento do sistema de Saúde, a encarar como prioridade máxima no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência e sem menosprezar as inegáveis potencialidades de todo o sistema de saúde.

A vice-presidente da CNS e Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, afirmou que é «fundamental um instrumento inteligente e transformador na saúde para modernizar o Serviço Nacional de Saúde e construir, de uma vez por todas, com o setor privado e social um ecossistema de saúde de valor reforçado e pronto para dar uma resposta coesa aos desafios atuais e próximos que teremos».

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