Cirurgião José Fragata sugere operar reforma do sistema de saúde português
O Professor Catedrático José Fragata, Chefe de Serviço da Carreira Médica Hospitalar e Diretor do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital de Santa Marta, do Centro Hospitalar de Lisboa Central e que também dirige a Unidade de Cirurgia Cardíaca dos hospitais CUF, publicou um novo livro, “A reforma necessária do sistema de saúde português”. Editado pela By the Book, a obra desenvolve o que o cirurgião pensa há muito: o sistema de saúde «atravessa crise sem precedentes» e este é o momento ideal realizar a sua «reforma profunda».
Na apresentação do livro, que se realizou a 13 de julho, no Grémio Literário, em Lisboa, o professor considerou que a sua obra «não é política, não segue nenhuma linha, não segue nenhuma orientação. É um ato de cidadania».
Profundo conhecedor do sistema de saúde português, no qual trabalha há mais de 40 anos, quer no Serviço Nacional de Saúde (SNS), quer em unidades privadas, José Fragata procura realizar uma análise do panorama da saúde em Portugal. Depois de refletir sobre as características e evolução da prestação de cuidados de saúde em Portugal, sugere uma reforma orientada para um sistema que integre hospitais públicos, privados e sociais e, assim, responder “com modernidade” aos inúmeros desafios do setor, sem perder «as garantias de qualidade, de acesso e de universalidade de que o SNS se reclama, mas que não cumpre hoje cabalmente».
Apresentação muito participada
Numa apresentação com casa cheia, sobretudo com médicos e gestores hospitalares, a crítica da obra ficou à responsabilidade do economista António Bagão Félix.
O antigo ministro das Finanças considerou que o livro «não poderia ter sido escrito em tempo mais oportuno» e começou por elogiar a riqueza do título: «É que nele estão contidos as palavras e os desafios que, como Nação, teremos de enfrentar, sem sofismas e sem hesitações: REFORMA (o oposto de inação ou do faz-de-conta), NECESSÁRIA (o oposto de dispensável) do SISTEMA (um todo, superior a qualquer parte integrante)».
António Bagão Félix considerou a obra um «serviço público», já que o autor oferece «um conjunto estruturado de diagnósticos e – mais importante – de vias sustentáveis de mudança», mas também um «ato de radical liberdade»: «É um livro contra a corrente redutora do presentismo, que nos tolhe».
Para o também ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social, o professor José Fragata «aplicou a este livro o incitamento que o jogador brasileiro dos anos 70 e 80, Dadá Maravilha, formulou: “Chega de problemática, vamos mas é à solucionática”. É o que na Saúde precisamos também».
Para Oscar Gaspar, presidente da APHP, também presente na sessão pública de lançamento do livro, «esta é uma obra muito oportuna, de um profundo conhecedor do sistema de saúde, da investigação e do ensino. O Prof. José Fragata dá um contributo muito construtivo para um sistema centrado nas pessoas, sustentável e inclusivo, ao integrar todos os setores prestadores de cuidados. É um livro para todos porque a reforma da saúde é possível e urgente».
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