Nunca os hospitais privados registaram tanta atividade
Na sequência do inquérito realizado aos associados durante o mês de janeiro, a APHP divulgou, a 15 de fevereiro, os dados agregados da capacidade instalada e da atividade desenvolvida pelos hospitais privados em 2022. Os números permitem concluir que, no ano passado, quando comparado com o período homólogo de 2021, a hospitalização privada registou um aumento substancial da atividade e reforçou o seu papel na oferta de saúde dos portugueses.
Os hospitais privados portugueses foram responsáveis por mais de 8 milhões de consultas de especialidade, perto de 1 milhão e trezentos mil episódios de urgência e mais de 235 mil grandes e médias cirurgias. Numa média diária, os hospitais privados portugueses realizaram mais de 22 mil consultas, mais de 3.500 urgências e perto de 650 cirurgias.
Após dois anos com baixa procura, as urgências registaram um aumento de 37% em 2022. Menos expressivo, mas ainda assim com uma tendência de forte incremento, no domínio dos meios complementares de diagnóstico, os RX, TAC e ressonâncias magnéticas cresceram mais de 10%.
O setor registou também um crescimento de 3,4% dos partos, tendo realizado 13.197 em 2022.
Na rubrica investimento, os hospitais privados nacionais foram responsáveis por 142 milhões de euros em 2022.
Para Oscar Gaspar, presidente da APHP, «nunca a hospitalização privada portuguesa teve tanta atividade e serviu tantos cidadãos».
Menor atividade para o SNS
No universo das cirurgias, 11.562 foram realizadas no quadro do SIGIC, que registou uma queda de 22,2% em relação a 2021, tendência que já se verificava em 2021 – de forma agregada, nos dois últimos anos, a quebra atingiu os 35%. «O Estado está a recorrer menos aos hospitais privados. Nós estamos disponíveis, as convenções existem, mas os doentes não estão a chegar aos hospitais privados», explica Oscar Gaspar.
O decréscimo da atividade para o SNS também se regista nas Parcerias Público-Privadas (PPP), das quais já só resta uma. Para Oscar Gaspar, «sabendo-se as dificuldades de sustentabilidade do SNS, e conhecendo os sucessivos défices na saúde, custa perceber como se abdica de um instrumento que permitiu poupar centenas de milhões de euros como assinalou o Tribunal de Contas».
Apesar da menor atividade para o SNS, o presidente da APHP defende que «há vantagem para o país e para o SNS que haja reforço na articulação entre as diversas partes».
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