Hospitais privados propõem redução das taxas da ERS
Como as demonstrações financeiras da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) revelam um superavit sistemático muito significativo – valor que os hospitais privados têm que suportar e que não tem reflexo na atividade do regulador em resultado dos cortes e cativações estatais na ordem dos 43% – a APHP propôs, na última reunião do Conselho Consultivo daquele órgão, uma redução até 50% nas taxas da ERS.
«Não é possível analisar o orçamento da ERS para 2019 sem ter em conta a experiência passada, os valores acumulados e a atual situação, que criticamos, de uma forte cativação e redução do orçamento para 2018. Tendo em conta que se demonstrou que as receitas da ERS têm sido claramente excessivas e desnecessárias, no atual enquadramento seria possível reduzir até 50% o valor das taxas pagas pelos regulados, sem colocar em causa a atividade da ERS», assegura Oscar Gaspar, presidente da APHP.
Oscar Gaspar considera que o Plano de Atividades da ERS está «bem estruturado e o trabalho desenvolvido pelo Conselho de Administração merece louvor e apoio, mas um voto a favor em relação ao Orçamento para 2019 seria acomodar de forma acrítica a relação entre as receitas e as despesas da ERS».
Uma análise às contas do exercício de 2017 permite constatar que com um total de receitas de 7,95 M€, a ERS desenvolveu atividade com custos de 4,13 M€. Ou seja, a ERS teve em 2017 um lucro de 3,8 M€. Este valor segue-se a Resultados Líquidos positivos de 2,37 M€ em 2016 e 3,59 milhões de euros em 2015. Esta é uma situação que só acontece, de acordo com Oscar Gaspar, porque «como é sabido, o lucro da ERS tem como única causa as elevadas taxas pagas pelas entidades reguladas e, desde logo, os hospitais privados, os médicos, médicos dentistas, entre outros profissionais com atividades privadas».
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