Hospitais privados, o outro braço da luta contra a COVID-19

Hospitais privados, o outro braço da luta contra a COVID-19

Se no segundo trimestre de 2020, o SNS prescindiu da disponibilidade dos hospitais privados para responder à pandemia de COVID-19, no último trimestre do ano, no auge dos contágios e com hospitais públicos de algumas regiões perto da rutura, registou-se uma aproximação efetiva das Administrações Regionais de Saúde aos hospitais privados, sem que, no entanto, se tenham enquadrado as necessidades do SNS num plano de resposta nacional e em rede.

No início do mês de novembro, aos contactos das Administrações Regionais de Saúde, para formalizar a relação, os hospitais privados responderam prontamente, como sempre disseram estar disponíveis para fazer, incondicionalmente.

Em entrevista ao Jornal de Notícias, publicada a 30 de novembro de 2020, Oscar Gaspar, presidente da APHP, questionado sobre os termos dos contratos confirmou que os valores pagos pelo SNS para os doentes covid estarão abaixo do custo, mas o que «o Ministério da Saúde decidiu administrativamente será cumprido pelos hospitais privados». Para Oscar Gaspar, no atual contexto, tal como seria incompreensível que o Estado não recorresse aos privados, seria igualmente inexplicável que os privados não aceitassem imediatamente. Neste contexto de guerra contra um vírus que não quer dar tréguas, «prescindir dos hospitais privados seria como lutar com um braço amarrado», afirma.

O presidente da APHP considera que «a pandemia exige este nosso compromisso com o SNS. Temos todos de estar à altura das circunstâncias. Estamos ao lado do Governo neste combate. Estamos a participar num esforço coletivo de Portugal para combater a pandemia».

No final do mês de novembro, os hospitais privados tinham disponibilizado, às ARS do Norte, de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, 600 camas, 86 das quais especificamente para doentes COVID. «Os hospitais privados têm ajustado a sua programação e a sua atividades às necessidades do SNS. Poderá existir, nos próximos dias, necessidade de mais camas de cuidados intensivos e os hospitais privados estão disponíveis para esse processo», acrescenta o presidente da APHP.

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