Hospitais privados assumem-se como pilar dos sistemas de saúde em cimeira ibérica inédita

Hospitais privados assumem-se como pilar dos sistemas de saúde em cimeira ibérica inédita

A Alianza de la Sanidad Privada Española (ASPE) e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), estruturas representativas da hospitalização privada de Espanha e Portugal, decidiram realizar anualmente uma Cimeira Ibérica de hospitais privados, que visa um diálogo mais profícuo entre as unidades privadas de saúde dos dois países. A primeira edição realiza-se na próxima quinta-feira, em Madrid, e motivará uma declaração conjunta sobre o seu contributo para a saúde e para a economia dos dois países.

A ASPE e a APHP partilharão experiências e o desempenho da hospitalização privada em cada um dos países, apesar da reiterada discriminação de que são alvo, ao arrepio das recomendações de concorrência da União Europeia e do que são boas práticas em outros países da Europa.

«Uma cooperação mais estreita entre a ASPE e a APHP beneficiará as relações entre os hospitais privados espanhóis e portugueses. Entre nós há muito mais do que proximidade geográfica e cultural. A realidade dos setores de Saúde em Espanha e Portugal aproxima as abordagens da hospitalização privada dos dois países», justifica Óscar Gaspar, presidente da APHP, para quem o evento «favorece o conhecimento mútuo e o acesso a serviços de saúde inovadores» contribuindo, por isso, para a liberdade de escolha dos cidadãos e para a eficiência das instituições de saúde.

«Esta iniciativa conjunta, que no próximo ano se realizará em Portugal, resulta da convicção de ambas as associações, que defendem a hospitalização privada como um pilar estruturante dos sistemas de saúde e que a sua expansão pode contribuir de forma decisiva para os ganhos em saúde», afirma Cristina Contel, presidente da ASPE.

Em Portugal, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o contributo dos hospitais privados para o Sistema Português de Saúde é significativo e crescente. Desde 2016, os hospitais privados estão em maioria (são 114 de 225) e revelam um aumento de atividade em todas as 2 áreas. O número de atendimentos nos serviços de urgência, de consultas médicas, de atos complementares de diagnóstico e de atos complementares de terapêutica «aumentaram entre 2015 e 2016, sempre de forma mais expressiva nos hospitais privados», segundo o INE. O INE assegura ainda que os hospitais privados foram responsáveis por mais de 1 milhão e 200 mil episódios de urgência, num crescimento de 9,2% face ao ano anterior; disponibilizaram mais de 11 mil camas de internamento; garantiram mais de 6 milhões e 500 mil consultas de especialidade, num crescimento de 7,9% face ao ano anterior; e realizaram mais de 250 mil “grandes e médias cirurgias”.

Em Espanha, a saúde privada é um importante setor produtivo. Representa 3,5% do PIB do país (36,226 bilhões de euros) e quase 37% de todos os gastos em saúde. Além disso, emprega mais de 262.000 profissionais. Em média, a saúde privada realiza entre 20 e 30% das atividades de saúde na Espanha, razão pela qual contribui decisivamente para descongestionar o SNS e garantir a sua sustentabilidade, tanto económica como operacionalmente. Em Espanha, existem quase 10 milhões de pessoas com seguro de saúde privado (2 milhões são funcionários públicos).

Sobre a ASPE

A ASPE é a entidade patronal dos cuidados de saúde privados em Espanha e agrupa quase 600 entidades privadas de saúde, entre as quais hospitais e clínicas, centros especializados, laboratórios, empresas de transporte de saúde, etc. A ASPE tem uma representação de mais de 75% dos centros hospitalares privados.

Sobre a APHP

Constituída em 1974, a APHP representa mais de 100 unidades privadas de saúde. A hospitalização privada portuguesa emprega mais de 20 mil pessoas e detém um volume de negócios que ultrapassa os 2.000 milhões de euros.

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