Digitalizar é personalizar o serviço de Saúde
No painel destinado a debater a transição digital na saúde, na III Cimeira Ibérica de Hospitais Privados, os oradores foram unânimes em reconhecer que está em causa o empowerment do doente e a interoperabilidade entre sistemas, incluindo entre públicos, privados e sociais.
Isabel Vaz, CEO do Grupo Luz Saúde, caracterizou «o novo mundo tecnológico que vivemos», do qual resulta um novo paradigma no domínio da gestão da saúde: «Os doentes assumem o poder de decisão e os Estados estão a ter dificuldades em perceber isso. Os doentes, hoje, sabem o que querem ou acham que sabem o que querem e precisam». Neste contexto, a keynote speaker do painel defendeu que, na saúde, se deve olhar para o digital, «não como uma alternativa barata, mas antes como uma forma de melhorar a acessibilidade, a custos acessíveis».
Armindo Monteiro, vice-presidente da CIP, começou por criticar os «muitos muros que artificialmente se criaram entre público e privado durante a pandemia» e defender que os problemas da Saúde em Portugal «só se resolvem com pontes entre os setores». Para o ex-presidente do Conselho Geral da Universidade de Évora, a digitalização da Saúde «não se resume a tornar virtual o que existia em papel, é personalizar o serviço porque se tem um conjunto de informação centralizada, que pode ser usada para formatar serviços à medida».
José Ramón Santamaría, consultor de empresas de Tecnologias da Saúde, não tem dúvidas que «nos próximos 10 anos existirão mais mudanças na saúde do que nos últimos 100». Estudioso da evolução da tecnologia aplicada à Saúde, acredita que a saúde será «muito mais personalizada», contexto para o qual «os Governos têm de ser sensibilizados».
Tomás Merina, presidente da Dokter Capital, sintetizou as opiniões dos parceiros de painel: «A inovação digital na Saúde não conhece fronteiras. Nem entre público e privado. Nem entre Portugal e Espanha».
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