Afinal, os privados colaboraram e muito… no combate à pandemia de COVID19

O podcast “Liberdade para pensar”, do semanário Expresso, juntou, a 7 de abril, a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, a presidente do conselho de administração da Luz Saúde, Isabel Vaz, e o médico e presidente da SEDES, Álvaro Beleza.

A ex-ministra da Saúde, Marta Temido voltou a reconhecer que «sem a cooperação que foi possível estabelecer entre o SNS e os parceiros privado e social, Portugal não tinha tido a resposta que teve à pandemia». Para Marta Temido, há claramente abordagens que mudaria no diálogo com os hospitais privados: «A pandemia teve várias fases. Numa primeira fase a avaliação que fiz foi a de que era possível ter havido uma articulação que levasse o setor privado e o setor social, também em colaboração com o SNS, a focarem-se naquilo que não era covid, que ficou praticamente parado, parado em todo o lado. E talvez hoje, olhando pelo espelho retrovisor, fosse possível corrigir algo, isso talvez pudesse ter sido feito melhor. Depois houve um outro momento, um momento crítico de crise em que todos nos focamos numa resposta a uma situação aguda. Ou seja, a perceção de facto evoluiu ao longo do período».

Para Isabel Vaz, presidente do conselho de administração da Luz Saúde é, porém, incontornável, há muito, o contributo dos hospitais privados e a necessidade de harmonizar as sinergias entre os dois setores: «Hoje temos um setor privado em Portugal muito forte que, do ponto de vista até de financiamento, vale qualquer coisa como 3,5% a 4% do PIB, portanto é completamente irrealista pensar-se que não tem que se fazer uma convergência entre estes dois setores […] para não haver duplas coberturas, para não haver, no fundo, uma ineficiência económica gigante que é a que temos hoje pela evolução que ambos os setores tiveram».

Álvaro Beleza, por sua vez, concordou ser necessário «articular os cuidados da área pública, social e privada, ao serviço das pessoas».