A inevitabilidade da cooperação entre setores na Saúde
Na sessão de abertura da terceira edição da Cimeira Ibérica de Hospitais Privados, a 23 de junho, representantes do setor privado e da tutela manifestaram posições similares quanto à cooperação entre os setores público, privado e social na área da Saúde.
Oscar Gaspar, presidente da APHP, começou por enumerar alguns indicadores que, na sua opinião, revelam o trabalho dos hospitais privados a favor da excelência dos serviços de saúde. Esse é «o prémio que todos procuram», mas há ainda muitas arestas para limar, recordou, como a Legislação de 1995, indexada a rácios populacionais, que impede os hospitais privados de adquirir equipamentos médicos pesados, nomeadamente para o diagnóstico e tratamento do cancro. Em resposta, o presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), em representação da Ministra da Saúde, afirmou que o Estado está consciente do problema e garantiu que a lei está a ser revista.
Por sua vez, Carlos Rus, presidente da Aliança da Saúde Privada Espanhola (ASPE), enfatizou os constrangimentos que a nova Lei da Equidade, Universalidade e Coesão do Sistema Nacional de Saúde poderá representar para os hospitais privados espanhóis. «Vai tornar os hospitais privados excecionais e acabar com a complementaridade e isto quando as listas de espera se agravam», explicou Carlos Rus.
João Almeida Lopes, vice-presidente da CIP, destacou que, nos últimos anos, o setor da Saúde revela «uma falta de cooperação entre setores» e que isso não favorece um sistema de saúde orientado para as necessidades do doente. João Almeida Lopes, que também é presidente da APIFARMA, referenciou ainda que Portugal tem 23 mil empresas privadas na área da saúde, «mas continua com dificuldade em convencer os governantes de que merece uma tutela económica».
Victor Herdeiro, da ACSS, frisou que é «inegável a complementaridade» entre hospitais privados e SNS: «Acredito que um diálogo transparente com os hospitais privados é benéfico para os cidadãos. Os atuais desafios da saúde exigem uma visão integral do sistema». Para o presidente da ACSS, os hospitais privados reportam maior capacidade para responder às necessidades dos portugueses e o Governo regista-as positivamente, pelo que «a articulação é inevitável e com isso ganham os portugueses».
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